Quem é a primeira mulher trans no Congresso norte-americano?

A Senadora do Estado de Delaware, Sarah McBride, tem 34 anos e conquistou um lugar na Câmara dos Representantes enquanto democrata.

Lara Duarte / Com Rosário Mello e Castro

“Eu não estou a concorrer para fazer história, estou a concorrer para fazer a diferença“, declarou Sarah McBride ao site The Cut, em março deste ano. Acrescentando que se vai dedicar a assegurar que, apesar de ser a primeira mulher trans no Congresso, não será a última. Ainda assim, é impossível não ver algo de histórico nesta vitória.

Esta noite, McBride venceu o seu oponente republicano John Whalen III com 57,6% dos votos, substituindo Lisa Blunt Rochester e mantendo o lugar na Câmara dos Representantes reservado ao estado de Dalaware democrata, como tem sido desde 2010. O seu oponente republicano era um polícia estatal e não tinha qualquer experiência política. O foco da campanha republicana era a redução da despesa federal e a restrição à imigração ilegal.

A carreira política de McBride começou em 2012, durante a presidência de Barack Obama, ao estagiar no departamento de Assuntos Intergovernamentais e Participação do Público na Casa Branca, onde se dedicou maioritariamente a assuntos LGBTQIA+. Apesar do seu foco inicial, McBride não se dedica apenas a estes assuntos e não é pela sua identidade de género que quer ser conhecida- quer ser lembrada por melhorar a vida dos norte-americanos.

Na sua campanha e na sua carreira legislativa no Senado, McBride defende a acessibilidade a cuidados de saúde, o aumento do ordenado mínimo, o foco em medidas de segurança em relação a armas, educação acessível, melhorias na habitação e a proteção dos direitos reprodutivos, nomeadamente, o acesso ao aborto seguro. Enquanto senadora, apoiou a criação de uma baixa familiar ou médica remunerada, de 12 semanas pagas em pelo menos 80% do salário do trabalhador ou de até 900 dólares semanais, e conduziu o estado a negar o programa de “Defesa de pânico LGBTQ+“, onde se encontravam medidas contra a comunidade.

McBride acredita ainda que a força da proximidade com os seus colegas republicanos possa criar empatia, quebrando preconceitos e mudando mentalidades.

Apesar da campanha republicana do atual presidente norte-americano, Donald J. Trump, ser assumidamente “anti-trans”, declarando frequentemente, de forma falsa, que as escolas públicas obrigam os alunos a submeterem-se a cirurgias de transição de género e gastando milhões de dólares em espaço nas televisões para propaganda “anti-trans”, a tolerância e o apoio prevaleceram no estado de Delaware.

Máxima.PT

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