Atleta sofre ataques homofóbicos durante Circuito de Vôlei de Praia

O atleta Anderson Melo, de 32 anos, sofreu ataques homofóbicos enquanto disputava a etapa de Recife do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, na última quinta-feira (14). Anderson compartilhou vídeos da transmissão feita pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), onde é possível ouvir os gritos e ofensas feitas ao atleta.

Jogador de vôlei sofre ataques homofóbicos durante partida de vôlei
Ataques homofóbicos foram registrados pela transmissão da partida – Reprodução/Instagram/Floripa.LGBT

Anderson usou as redes sociais para se manifestar sobre o caso no último sábado (16). Além de lamentar os ataques sofridos, o atleta compartilhou diversos trechos da transmissão, em que os agressores gritaram ofensas como “aquela bicha” e “usa calcinha ou não usa?”. No relato feito pelo jogador carioca, ele ainda afirmou ter feito boletim de ocorrência e fez um apelo às autoridades locais para que isso não se repita.

“Faço um apelo para que este assunto não fique em vão, faço um apelo para as autoridades locais, a CBV, aos meus fãs e amigos para que isso não se repita com mais ninguém.”

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Anderson Melo – Personal (@andersonmelo92)

A publicação no Instagram repercutiu e o atleta recebeu mensagens de apoio de diversas figuras públicas, como a cantora Anitta.

“Que sejam punidos. Sinta-se abraçado.” – disse Anitta.

CBV se manifesta sobre homofobia contra atleta

A Confederação Brasileira de Vôlei emitiu uma nota, onde lamentou o caso e afirmou que vai acionar o Ministério Público para apurar o caso.

“A CBV apurou os fatos, reviu as imagens da partida, conversou com a arbitragem e reuniu todas as informações necessárias para, neste sábado, protocolar um boletim de ocorrência em uma delegacia de Recife. O caso também será encaminhado ao Ministério Público local e a CBV acompanhará todos os desdobramentos.

Desde sexta-feira, a mensagem abaixo é veiculada antes de cada partida da quadra central.

‘Atenção, torcedores! Racismo, homofobia e outros atos discriminatórios são crime, e não podem fazer parte dos eventos do voleibol brasileiro. Manifestações como as ocorridas nas quadras externas não podem se repetir. Esporte é diversidade, tolerância, respeito e inclusão! E respeito é um dos maiores valores que o esporte ensina! Vamos torcer com paixão! O voleibol por um mundo sem preconceito e discriminação!’

A CBV lamenta que Anderson Melo tenha sofrido essa violência e está prestando todo o auxílio ao atleta. A CBV reforça que não admite qualquer tipo de preconceito, entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como respeito, tolerância e igualdade; e agirá sempre para coibir qualquer manifestação discriminatória em seus eventos.”

* Sob supervisão de Danilo Duarte

Adicionar aos favoritos o Link permanente.