TEATRO LGBT+ | “Quem Casa Quer Casa 4.0” em cartaz no Teatro Paiol Cultural

Primeira montagem do Escaldapé Coletivo de Teatro, Quem Casa Quer Casa 4.0 atualiza comédia clássica de Martins Pena, abordando convivência e aceitação familiar com casal LGBTQIAPN+

Peça mantém o espírito da obra original ao mesmo tempo em que amplia sua discussão para os dias de hoje, refletindo a intolerância e a dificuldade de convivência a partir do relacionamento homoafetivo entre uma mulher cis e uma mulher trans

Está em cartaz, até o dia 30 de março, no Teatro Paiol Cultural (R. Amaral Gurgel, 164 – Vila Buarque, São Paulo – SP) o espetáculo Quem Casa Quer Casa 4.0, primeira montagem do Escaldapé Coletivo de Teatro. A peça, uma adaptação coletiva da obra de Martins Pena com direção de Bryan Parasky e dramaturgia de Adriane Hintze, revisita o clássico da comédia brasileira Quem Casa Quer Casa sob uma ótica contemporânea, abordando os desafios da convivência familiar e relações LGBTQIAPN+.

A peça transporta os dilemas familiares da obra original para um contexto atual, explorando com humor as transformações nas dinâmicas familiares e sociais. Inspirado na Indústria 4.0 (também chamado de Quarta Revolução Industrial, o termo diz respeito à modernização das fábricas com tecnologias como inteligência artificial, robôs e internet das coisas), o texto reflete a influência da tecnologia, das redes sociais e das novas formas de relacionamento sem perder a essência cômica da história.

“A dramaturgia foi inspirada no texto de Martins Pena, mas passou por adaptações significativas para dialogar com questões contemporâneas. Mantivemos a premissa central, mas ajustamos o contexto para incluir os temas que o grupo queria abordar. Incorporamos elementos da tecnologia e discussões ligadas à comunidade LGBTQIAPN+, criando uma fusão entre a estrutura do clássico e as novas narrativas que trouxemos para a peça”, conta a dramaturga Adriane Hintze.

O diretor da peça, Bryan Parasky, complementa: “O grupo trabalhou com jogos de improvisação e diálogos sobre a contemporaneidade das relações, com ênfase na vivência LGBTQIAPN+. As cenas surgiram organicamente, permitindo que os atores explorassem os conflitos e nuances dessas relações. O processo revelou a necessidade de consolidar essa nova versão, o que nos levou a trazer uma dramaturga para lapidar o texto. Assim, transformamos a peça sem perder sua essência: o embate cômico entre sogra e nora, cada uma determinada a assumir o comando da casa”.

Na peça original, escrita em 1845, o dramaturgo carioca Martins Pena retrata uma família tradicional que vive conflitos quando um casal recém-casado precisa viver sob o mesmo teto dos pais. As disputas de espaço e poder entre gerações resultam em situações cômicas e reflexivas. Na versão 4.0, a trama ganha novos contornos ao retratar os desafios de aceitação e convivência familiar vividos por um um casal LGBTQIAPN+ composto por Sabrina, uma mulher cis, e Paulina, uma mulher trans.

“As personalidades das personagens originais serviram como alicerce para reescrevermos nossa história em um contexto atual. Mantivemos o embate central: a matriarca da família, dona da casa, confronta a nora recém-chegada, que também deseja ter voz ativa nesse lar. No entanto, ao contrário da versão original, nossa Paulina não enfrenta apenas as disputas cotidianas da convivência familiar, mas também o preconceito da sogra, que resiste em aceitar a nova configuração conjugal entre sua filha, Sabrina, e Paulina. Ainda assim, a peça preserva o tom farsesco e os conflitos domésticos característicos de Martins Pena, como uma homenagem ao mestre da comédia de costumes”, complementa o diretor.

A ambientação atualizada insere o enredo em um apartamento urbano moderno, refletindo as realidades das grandes cidades. Questões como o impacto da tecnologia, debates sobre identidade de gênero e conflitos intergeracionais são incorporadas à trama, ampliando sua relevância para o público.

“O embate entre nora e sogra continua sendo sobre poder, mas agora sob uma nova perspectiva: a disputa gira em torno da organização da festa de um ano de casamento da filha e da nora. Esse conflito se intensifica à medida que a sogra revela seu preconceito, expondo posturas homofóbicas e transfóbicas. Ela funciona como um reflexo de uma sociedade que ainda reproduz essas violências de forma estrutural. Com essa abordagem, queremos provocar reflexões sobre preconceito, intolerância e as dinâmicas familiares”, conclui a dramaturga. Saiba mais sobre o diretor, dramaturga e elenco da peça acessando este link.

Sinopse curta

“Quem Casa Quer Casa 4.0” é uma adaptação moderna da clássica comédia de Martins Pena, transportando os dilemas familiares para o século 21. Com humor e emoção, a peça explora temas contemporâneos de amor, aceitação e convivência, refletindo as complexidades das relações LGBTQIAPN+ na sociedade atual. Prepare-se para uma narrativa envolvente onde o amor e a compreensão vencem o preconceito.

Ficha técnica

Texto: Adaptação coletiva da obra de Martins Pena

Direção: Bryan Parasky

Dramaturgia: Adriane Hintze

Elenco: Camila Johann (Sabrina), Giovana T. S. (Fernanda), João Alves (Leonardo), Marc Pereira (Sebastião), Rafaela Gimenez (Paulina) e Sophia Dário (Eulália)

Serviço

Quem Casa Quer Casa 4.0

Temporada: De 8 a 30 de março. Sábados, às 21h, e domingos, às 20h

Local: Teatro Paiol Cultural (R. Amaral Gurgel, 164 – Vila Buarque, São Paulo – SP)

Duração: 70 minutos

Classificação indicativa: 14 anos

Capacidade: 200 lugares

Ingressos: De R$25 a R$50, pelo Sympla

Assessoria de Imprensa – Pevi 56

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