Udesc avalia implantar cota trans em nova política de ações afirmativas

A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) está em processo de revisão de sua política de ações afirmativas, que não passava por atualizações desde 2014. Nesta semana, estudantes ocuparam a universidade para pressionar a Câmara de Ensino de Graduação do Conselho Universitário (Consuni) a aprovarem a nova resolução de ações afirmativas, que aumenta o número de cotas e expande os grupos contemplados, com destaque para a inclusão de pessoas trans.

A proposta foi aprovada na Câmara de Ensino de Graduação e agora segue para as Câmaras de Pesquisa e Pós-Graduação, e de Administração e Planejamento, com previsão da aprovação final pelo plenário do Consuni em maio de 2025.

A nova resolução visa implementar cotas para pessoas trans nos cursos de graduação, pós-graduação, concursos públicos e processos seletivos da instituição, além de ampliar as políticas afirmativas para negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência.

Mobilização pela ampliação de políticas afirmativas na Udesc

 UDESC discute ampliação de cotas e inclusão de pessoas trans em nova política de ações afirmativas - Foto: Reprodução/ Floripa.LGBT
Udesc discute ampliação de cotas e inclusão de pessoas trans em nova política de ações afirmativas – Foto: Reprodução/ Floripa.LGBT

Quem está na frente da mobilização pela ampliação das políticas de ações afirmativas é o Diretório Central dos Estudantes (DCE), a Coletiva Trans UDESC (Trama), a Semana Acadêmica Negra e Indígena (Sagrai) e o Coletivo Negro Guerreiro Ramos, organizando rodas de conversas e protestos.

Entretanto, a proposta enfrenta resistência em alguns setores. Em dezembro de 2024, durante sessão da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, parlamentares criticaram as mudanças em discussão na Udesc.

O deputado Jessé Lopes (PL) manifestou-se contrário às cotas e afirmou:

“Estou propondo uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para em Santa Catarina ser proibida a cota identitária, a não ser cota por questão de renda, identidade é pauta ideológica”

A implementação de cotas na universidade é considerada uma medida essencial para promover a inclusão da população historicamente marginalizada no ambiente acadêmico.

Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), apenas 0,3% das pessoas trans no Brasil conseguem acessar o ensino superior, reforçando a importância da implementação da cota trans nas universidades.

* Sob supervisão de Danilo Duarte

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