Thabatta Pimenta: mulher mais votada em Natal e 1ª travesti na Câmara

Leandro Juvino

Thabatta Pimenta fez história nas eleições de Natal em 2024, se consagrando a mulher mais votada para vereadora da capital potiguar. Outro feito da seridoense foi também se tornar a primeira travesti a ocupar uma cadeira em toda a história da Câmara Municipal de Natal. Acumulando 7.085 votos neste pleito, a potiguar entra para a história do estado pela segunda vez já que, em 2020, se tornou a primeira vereadora trans da história do Rio Grande do Norte, quando se elegeu em Carnaúba dos Dantas, município do interior potiguar.

Entrando na política com a intenção de lutar pelos direitos de outras pessoas, além dos seus, Thabatta é irmã e mãe de uma pessoa com deficiência, o Ryan, com quem luta ao seu lado. Ativista da causa das pessoas com deficiência, Pimenta tem como uma das suas principais bandeiras a luta anticapacitista e a dignidade das famílias atípicas potiguares.

Ela, que já foi radialista há 12 anos, começou abordando as questões relacionadas a esse assunto na rádio, ainda em Carnaúbas. Logo após, passou também a falar sobre a importância de respeitar e inserir corpos LGBTQIAPN+ na sociedade, trazendo empregabilidade para pessoas trans e travestis. Atualmente, Pimenta também é digital influencer, onde compartilha com seus mais de 900 mil seguidores sua rotina e os cuidados com sua família.

Após a vitória deste domingo (6), a potiguar agradeceu nas redes sociais pelos milhares de votos e celebrou mais essa conquista na sua trajetória. “Já da pra dizer: PRIMEIRA TRAVESTI ELEITA NA HISTÓRIA DE NATAL!”, escreveu em um post. Em outro vídeo, ela compartilhou o momento de sua vitória com Ryan, com quem esteve durante toda sua campanha.

Única campanha em braile do Brasil

Durante sua campanha para a Câmara, Thabatta revelou ser a única no Brasil a produzir material de campanha em braile, reforçando seu compromisso com a inclusão das pessoas com deficiência. A ativista se destacou por sua luta pelos direitos das minorias, especialmente pessoas com deficiência, que, segundo ela, precisam de voz ativa no cenário político. Sua abordagem foi além do braile, ao incluir intérpretes de Libras em sua campanha, facilitando o acesso de pessoas com deficiência auditiva às suas propostas.

Desde sua entrada na política, Thabatta se propõe a não ser confinada a uma “bolha” e busca constantemente expandir suas ações para defender os direitos de diversas comunidades marginalizadas. “A inclusão deve ser prática, e não apenas um discurso político,” disse a agora eleita vereadora, destacando que muitos políticos tratam a pauta da deficiência de forma superficial, enquanto ela defende uma abordagem mais ampla, que inclui desde educação inclusiva de qualidade até o combate ao capacitismo estrutural.

JR.br

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